Sinopse: Asilo
Arkham: Uma séria casa em um sério mundo é um impactante conto de horror
psicológico protagonizado por Batman e praticamente todos os internos do Asilo
Arkham, o lar dos criminosos insanos de Gotham. Liderados pelo Coringa, esses
pacientes - Duas-Caras, Chapeleiro
Louco, Crocodilo, Cara de Barro, Espantalho e muitos outros – dominam as
dependências do lugar e tomam como reféns seus empregados. Eles pretendem
libertar os pobres funcionários, mas somente se uma condição for cumprida: O
Homem-Morcego deve se entregar... e se tornar um deles!
Roteiro: Grant Morrison
Arte: Dave McKean
Número de Páginas:
216
Editora: DC Comics - Panini Books
Pitacos da Gibiteria:
Falar sobre qualquer história que envolva o Batman diria que
é, no mínimo, suspeito embora eu continue afirmando que não gosto do Batman mas
sim dos vilões. Quanto à arte do Dave McKean, mais suspeito ainda. Venho
acompanhando o trabalho dele e o acho indecentemente genial e nesta graphic novel não seria diferente.
Em Asilo Arkham encontramos a arte do McKean com múltiplas
técnicas de ilustração e colagem além de toda a sua expressividade. Muita
expressividade! Se tratando do roteiro, Grant Morrison não deixa a desejar,
traz uma história carregada de horror, medo, loucura, simbolismos e várias
referências.
Toda a trama começa quando o Batman é informado que o Asilo
Arkham esta sobre o controle dos internos, chefiados pelo Coringa e este o faz
uma exigência: quer o Batman junto com eles e então ter a oportunidade de
provar que o Morcego é tão louco quanto todos os vilões. Paralelamente, é
narrada a história do Asilo pelo diário do Amadeus Arkham, o fundador.
“Durante o longo
período da doença de minha mãe, a casa sempre parecia tão vasta, tão REAL, que,
em comparação, eu me sentia um FANTASMA assombrando seus corredores. Vagamente consciente de que algo podia existir
além daquelas melancólicas paredes. Até aquela noite em 1901, quando vislumbrei
aquele OUTRO mundo. O mundo no lado negro.” - Amadeus Arkham.
Batman, cedendo ao pedido do Coringa, comparece na mansão e
a partir de então é submetido a alguns testes, que acabam deixando-o afetado. Uma das grandes falhas começa justamente a partir deste momento em
diante. Temos um Batman amedrontado e fragilizado diante de seus inimigos mesmo
conhecendo todas as suas técnicas e estratégias psicológicas.
“Medo? Batman não tem medo de nada. Sou eu. É de mim
que tenho medo. Medo de que o coringa esteja certo sobre mim. Às vezes,
questiono a racionalidade de minhas ações. Tenho medo de que, quando atravessar
os portões do asilo...
...Quando entrar no
Arkham e as portas se fecharem atrás de mim... Eu me sinta voltando para casa.”
- Batman.
Outra grande falha, para mim a mais grave, se trata da
edição brasileira. O letreiro digital comprometeu toda a expressividade da arte
do McKean. E mais, se tratando especificamente dos diálogos do Coringa, a
leitura chega a se tornar ilegível. Desabafo: tentem imaginar o quanto foi
incômodo para uma pessoa com alta miopia ler esta hq durante a noite com um
letreiro indecifrável. Isso tornou toda a leitura cansativa e estressante. Em
determinados momentos pensei em interromper a leitura e desistir.
Edição Panini: letreiro relacionado ao diálogo do Coringa. |
Apesar das falhas já citadas acima, indicaria esta leitura
principalmente para os fãs do Morcego. O conjunto da obra é simplesmente
admirável. Há um equilíbrio absurdo entre as ilustrações e o roteiro tornando toda a atmosfera mais sombria ainda. Encontramos também uma forte referência ao livro Alice no país das Maravilhas, do Lewis Carroll, onde temos o
encontro do Batman com o Chapeleiro Louco nos remetendo uma possível versão de
horror do conto infantil.
Por fim, a explicação do que é o Asilo Arkham, quem foi o podre Amadeus e quais situações e
caminhos o levaram para o mundo da loucura. A partir de então, conseguimos
compreender toda a complexidade e psicologia não apenas do Arkham e seus
internos mas do próprio roteiro mostrando-nos que cada um dos vilões residentes daquele local representa
nossos demônios internos e que precisam ser encarados.
“E eu volto às minhas
perambulações rituais. Meus movimentos pela casa se tornaram tão formais quanto
um balé, e sinto que sou agora parte essencial de algum processo biológico
incompreensível. A casa é um organismo faminto por loucura. É o labirinto que
sonha. E eu estou PERDIDO.” -
Amadeus
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