Sinopse:
Conheça Brás de Oliveira
Domingos. Milagroso filho de um mundialmente famoso escritor brasileiro, Brás
passa os dias escrevendo obituários e as noites sonhando em se tornar um autor
de sucesso – ele escreve o fim da história de outras pessoas enquanto a sua
própria mal começou.
Mas, no dia que sua vida começar,
ele será capaz de perceber? Ela começará aos 21, quando ele conhece a garota
dos seus sonhos? Ou aos 11, quando dá seu primeiro beijo? É mais adiante na
vida, quando seu primeiro filho nasce? Ou antes, quando pode ter encontrado a
sua voz como escritor? Cada dia na vida de Brás é como a
página de um livro.
Cada um deles revela as pessoas e coisas que o fizeram ser
quem é: sua mãe e seu pai, seu filho e seu melhor amigo, seu primeiro amor e o
amor da sua vida. E, como em todas as grandes histórias, seus dias têm uma
reviravolta que ele nunca antecipou.
Título: Daytripper
Número de Páginas: 250
Autores/Artistas: Fábio Moon e Gabriel Bá
Cores: Dave Stewart
Editora: Vertigo – Panini Books
Número de Páginas: 250
Autores/Artistas: Fábio Moon e Gabriel Bá
Cores: Dave Stewart
Editora: Vertigo – Panini Books
Eu li, se você não...
Daytripper é um quadrinho que se
equilibra na corda-bamba entre a vida e a morte, onde todos os dias podem ser o
último de Brás de Oliveira Domingos. Uma história envolvente, com traços tão
marcantes que muitas vezes dispensa palavras e o silêncio de uma cena fala por
si só. Mas por outro lado, nenhuma linha é escrita apenas para compor as
páginas de belas imagens. Os criadores desta obra conseguiram uma combinação fascinante
e surpreendente que transborda sentimento como não via faz tempo.
A história é composta por 10
capítulos onde cada um deles representa uma fase da vida de Brás, porém não há
ordem cronológica. Hora nosso protagonista tem 32 anos e escreve o obituário de
um jornal qualquer, enquanto seu pai recebe prêmios por ser um autor renomado
no dia do esquecido aniversário de seu filho. No próximo capítulo ele pode ter
apenas 11 anos, brincar de pega-pega com os primos, aproveitar a família e
conhecer o gosto do primeiro beijo. Mas então no capítulo seguinte Brás tem 21
anos e está em Salvador com o seu melhor amigo aproveitando o mar e os encantos
de uma misteriosa mulher. Essa história não é como um rio, que segue apenas um
curso, sem nunca poder voltar a sua nascente. Brás renasce a cada nova
experiência, mas para nascer de novo, primeiro é preciso morrer.
“As pessoas morrem todos os dias. Este foi o pensamento mais reconfortante que Brás teve enquanto todos os obituários que escrevera para o jornal passavam diante de seus olhos. Ele acabou de perceber que, mesmo quando não está escrevendo sobre isso... as pessoas vão continuar morrendo. Não é engraçado como as pessoas esquecem do trabalho assim que encerram o expediente? Não é estranho como parece que nós sempre lembramos das coisas mais triviais do nosso cotidiano e acabamos esquecendo das mais importantes?”
Sim, o nosso protagonista morre...
e algumas vezes. O impacto da morte pode ser perturbador no começo, chegando a
confundi o leitor que está acostumado com a velha história de “o mocinho não
pode morrer nunca”. Daytripper prova que os mocinhos podem sim morrer! E ainda
vai além... afinal, por que partir uma única vez quando esbarramos com a morte
todos os dias? Porém a morte não é o ponto
final dessa história, ela é o ponto
de interrogação sobre como vivemos nossas vidas.
“Eu queria escrever sobra a vida, Jorge, e olha pra mim agora... eu só escrevo sobre a morte.”
Os
dias de Brás não são perfeitos e é isso que o torna um personagem tão humano.
Ele poderia ser o seu vizinho, um amigo, talvez teu parente, ou um pouco mais
que isso... ele poderia ser você. Daytripper expõe em suas páginas a rotina de
todos nós: O acordar cedo e tomar um café pra poder começar o dia. Ir trabalhar
mesmo que aquele não seja o emprego dos sonhos. Ficar de papo-furado com seu
melhor-amigo quando o dia está um tédio. Estar com alguém que acreditamos ser o
amor da nossa vida, mas nunca sabemos se realmente é. Essa é a vida de Brás e
com certeza parte da tua. A história faz você se sentir em casa, não apenas
pelas semelhanças do dia-a-dia, mas também por ser um quadrinho que se passa
não em Nova Iorque, Londres ou Paris – nada contra nenhum desses lugares, na
verdade admiro cada um dos que citei – entretanto, vai ler sobre o Rio de
Janeiro, Salvador e irá se reconhecer na cultura e no ‘jeitinho’ brasileiro de ser. Na minha opinião, os autores foram
capazes de criar um laço incrível entre o personagem e o leitor, mesclando
fantasia e realidade ao ponto do limite entre elas desaparecer.
Daytripper não é um relato de
como Brás poderia ter morrido, mas sim dos momentos –simples e grandiosos – que
ele viveu. Essa história com certeza irá fazer com que coloque na balança o
peso do quanto tem aproveitado todos os dias, ou o quanto tem deixado passar
sem perceber que justo aquele poderia ser o momento que talvez te marcasse pra
sempre.
“A vida é feita desses momentos, filho. Os relacionamentos se baseiam nesses momentos, nessas escolhas, nesses atos... e é esse momento que vou levar comigo depois que todos desaparecerem – o que vai fazer todos os outros valerem a pena.”
E se depois de tudo isso ainda
têm alguma dúvida, vou sana-la agora.
Eu
li, se você não... Leia!
Achei legal a ideia da história nos levar a refletir sobre o que temos feito em nossas vidas e o que vamos deixar pra trás. Tanta besteira por aí seria evitada se esse simples pensamento viesse à tona de vez enquando. Parabéns pelo post.
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