segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Chris Cleave em "Pequena Abelha"

Apresentação do livro.


Sinopse:

Não queremos lhe contar o que acontece neste livro. É realmente uma história especial, e não queremos estragá-la. Ainda assim, você precisa saber algo para se interessar, por isso vamos dizer apenas o seguinte:

Esta é a história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma delas precisa tomar uma decisão terrível, daquelas que, esperamos, você nunca tenha de enfrentar. Dois anos mais tarde, elas se reencontram. E tudo começa...

Depois de ler este livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como esta narrativa se desenrola.


Título: Pequena Abelha
ISBN: 978-85-98078-93-9
Número de Páginas: 272
Autor: Chris Cleave
Editora Intrínseca


Capa e contracapa do livro.











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Lendo nas entrelinhas:

Este é realmente um livro muito especial para mim, desde que comecei a leitura eu soube que era uma história singular, daquelas que mechem com o nosso cerne. Assim como menciona na sinopse, existe um encanto na maneira como a narrativa se desenrola. Os capítulos são intercalados entre as duas personagens principais, desse modo, o leitor obtêm os dois pontos de vista, contados cada um de uma maneira peculiar. Não quero estragar a magia do livro, por isso falarei o mínimo possível sobre o enredo e mais a respeito das minhas percepções pessoais sobre a história.

"Três semanas e cinco mil milhas num navio de chá - quem sabe, se você me arranhar, ainda vá sentir o cheiro do chá na minha pele. Quando me puseram no centro de detenção de imigrantes, deram-me um cobertor marrom e chá numa xícara de plástico branco. E quando provei, tudo o que eu queria era voltar para o navio e ir para casa outra vez, para meu país. Chá tem o mesmo gosto da minha terra: é amargo e quente, forte e carregado de lembranças. Tem gosto de saudade." - Abelhinha (p.136).

Abelhinha é uma jovem nigeriana que fugiu do seu país para o Reino Unido, no entanto, ao chegar em terras britânicas a moça é levada até o Centro de Detenção de Imigrantes Black Hill. Tenho que dizer que ela é uma pessoa muito corajosa e extremamente inteligente, Abelhinha é tão nova e, ainda assim, muito madura pra idade, embora, conhecendo melhor a sua história você acaba compreendendo toda a sua personalidade. A moça passou dois anos presa em Black Hill e todo o tempo que Abelhinha esteve detida no centro para imigrantes ilegais, ela buscou aprender a "língua da Rainha" e a observar a maneira como os ingleses se portavam, para com isso sobreviver quando fosse liberada.

"Da primavera de 2007 até o final daquele longo verão em que Pequena Abelha veio morar conosco, meu filho só tirou a fantasia de Batman na hora do banho. [...] E não adiantava chamar meu filho por seu nome de batismo. Ele se limitava a olhar para trás, inclinar a cabeça para o lado e dar de ombros - como se dissesse: 'Meus bat-sentidos não detectam a presença de nenhum menino com esse nome aqui, madame'. O único nome pelo qual meu filho atendia naquele verão era Batman" - Sarah (p.29).

Sarah é uma típica britânica de classe média. Ela tem um excelente emprego, atua como editora na revista feminina Nixie e tem uma carreira promissora pela frente. Mora em uma linda casa em Kingston-upon-Thames com a sua família, ela é casada com o famoso colunista Andrew O'Rourke e tem um filho de quatro anos, que acredita veemente ser o super-herói Batman. Aparentemente, Sarah tem uma vida perfeita, mas isso não é verdade, ninguém poderia ter. Principalmente, depois de tudo o que ela passou durante as suas férias na Praia de Ibeno, Nigéria, local observado pela Secretaria de Turismo como um "destino para quem gosta de aventura". E esta seria, de fato, a grande aventura da vida de Sarah. Para sempre.

"Uma coisa que eu teria de explicar às meninas lá de casa, se estivesse contando esta história para elas, seria uma simples palavra, uma palavra pequena: "terror". Tem um significado diferente para as pessoas da minha aldeia." - Abelhinha (p.53).

"Pequena Abelha" é uma história que fala basicamente sobre o lado humano das coisas, seja pela visão egoísta das pessoas ou por retratar tão bem aspectos culturais e humanos que adquirimos ao longo da vida. Trata tanto de características simples e práticas do cotidiano urbano no Reino Unido como de situações de risco e extremo conflito na Nigéria. Faz você pensar e refletir a todo o momento. Não preciso dizer que o final é simplesmente surpreendente. Vale muito a leitura!

Citações iniciais do livro.


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